quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Efeitos do estresse nos gatos


No mundo em que vivemos, uma das palavras que mais ouvimos é estresse. Ele causa diversas doenças no organismo de humanos e animais. Em trabalhos comportamentais, atendo muitos gatos que vivem experiências de desgastes mentais ou físicos de forma rotineira.

Sabemos que é quase impossível conhecer inteiramente o mundo emocional dos gatos. No entanto, somos cientes de que eles são capazes de sentir algo próximo a ansiedade, esse sentimento generalizado de medo. Esclarecendo ainda mais, um modo mais óbvio de medo de algo que esteja diante de si ou recorrente.

Estudos recentes revelam que os gatos sentem frustração, uma forma de estresse, quando não conseguem obter algo que desejam (fugir, por exemplo de uma ameaça). E quando os gatos ficam expostos de forma prolongada ao estresse, isso faz com que ele se apresente estranho, como pode também chegar a contribuir para condições médicas como cistite ou dermatite. Nessas situações, é imprescindível a consulta ao veterinário.

O nosso corpo e o dos gatos têm dois mecanismos distintos de reação ao perigo, um mais rápido do que o outro. Assim que a ameaça é notada, o hipotálamo (estrutura existente na base do cérebro), é ativado, levando a uma explosão hormonal de adrenalina (epiefrina), vinda das glândulas suprarrenais (ligadas ao fígado). Isto tudo prepara o corpo felino para lidar com uma ameaça imediata, aumentando o ritmo cardíaco e tornando a respiração mais rápida e mais profunda.

Se a situação continua ou se repete, é ativado um segundo sistema que liberta o cortisol, produzido também pelas suprarrenais. Isto acelera a libertação de glicose no sangue, reduzindo a fadiga e, simultaneamente, reduzindo inchaços depois dos ferimentos. As atividades, por exemplo, como a digestão, são terminadas, voltando a sua normalidade, assim que a ameaça tenha passado e a quantidade de cortisol no sangue tenha estabilizado.

Então, se o cortisol continua a entrar na corrente sanguínea, poderá suprimir o sistema imunitário e tornar o gato mais suscetível a infecções, já para não mencionar as doenças autoimunes. Todo cuidado com o emocional do seu gato é bem-vindo.

E como saber se meu gato está estressado? Alguns ficam bem ativos, andando de um lado para o outro, miando sem parar. Outros recolhem e ficam aparentemente sem reação. O tipo de resposta dada varia de gato para gato, de modo como ele encara o contexto de estar sofrendo com ansiedade, medo ou frustação.

Finalizando este post, eu sugiro que observem seus gatos, seus comportamentos e caso identifiquem algo fora da rotina dele, se esforcem para resolver ou peçam ajuda de um profissional. Os nossos gatos também são merecedores de qualidade de vida, assim como nós humanos.

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