Eu odeio quem odeia os animais

Confesso que fico muito triste quando vou passear com minha mãe e vejo muitos gatinhos sozinhos nas ruas, sem abrigo e, muitas vezes, mutilados em alguma parte do corpo.

Ontem vi uma gatinha sem rabo, só o pitoco. Minha mãe perguntou quem fez tanta crueldade e a senhora disse: “peguei na rua assim”. Eu dei uma miada nela e nós ficamos muito felizes em saber que existem pessoas, mesmo sendo poucas, que têm um negócio que mamãe chama de “sensibilidade”.

Eu posso me considerar uma gatinha de sorte e bote sorte nisso. Meus pais me amam muito, me mimam demais. Às vezes, chega até a me afobar e fazem tudo que estão ao alcance deles para me satisfazer. Tenho o que reclamar?

Minha mãe diz que sente tristeza e pena de quem diz não gostar de nós gatinhos. Essas pessoas precisam conviver, sentir a troca de afetos, e dessa maneira, criar um laço de amor e amizade que não vemos mais hoje em dia, pelo menos em humanos. Eu garanto a vocês humanos que o nosso reino existe e que muitos deveriam aprender conosco.

Hoje quero clamar para aqueles que estão indecisos sobre uma adoção de gatinho ou até cachorrinho. Amo todos os bichos e odeio quem os maltrata. Não tenha dúvida, não procure respostas em outras pessoas, ouça a voz e o convite que o seu coração faz. Somos capazes de amar sem abrir mão de nossa individualidade, além de sermos companheiros fascinantes.

Essa semana, mamãe estava comentando com meu pai sobre a matança bruta que os homens fazem com as foquinhas. Elas ainda bebês são levadas da mãe e mortas a pauladas. A mãezinha presencia tudo aos gritos. Ainda dizem que nós não temos sentimento, que não entendemos as coisas. E o que mais me revolta é que tudo isso é para satisfazer as dondocas que querem dizer que tem um casaco de pele de foca. Essas mulheres precisam saber que nós, animais, não somos objetos de decoração corporal. Não viemos ao mundo para isso!

Para refletir:
O modo como tratamos os gatos aqui embaixo determina nossa situação quando formos para o céu. Robert Heinlein

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