sábado, 2 de setembro de 2017

Drummond e os animais!


Em agosto, fez 30 anos da morte do maior poeta brasileiro: Carlos Drummond de Andrade! Você sabia que o "poeta de 7 faces" era amigo dos animais? Pois é! Ele editou, inclusive, o jornal "A voz dos que não falam", onde chegou a "dar" entrevista pra um cachorro. Genial!

Ele também tinha um cão chamado Puck e um gatinho que atendia pelo nome de Inácio, a quem dedicou a crônica Perde o gato, no livro Cadeira de Balanço. Veja só que lindo esse trecho:
Um gato vive um pouco nas poltronas, no cimento ao sol, no telhado sob a lua. Vive também sobre a mesa do escritório, e o salto preciso que ele dá para atingi-la é mais do que impulso para a cultura. É o movimento civilizado de um organismo plenamente ajustado às leis físicas, e que não carece de suplemento de informação. Livros e papéis, beneficiam-se com a sua presteza austera. Mais do que a coruja, o gato é símbolo e guardião da vida intelectual.
Em outra crônica, Dai de comer aos gatos, Drummond fala sobre uma senhora que alimentava animais abandonados. "Será preciso explicar por que se dá de comer a um bicho?", pergunta o poeta! E ele mesmo responde: "Há forças que nos prendem aos bichos, e quem não sentir em si essas forças, não compreenderá jamais; quem as sentir dispensa explicações".

No texto Da utilidade dos animais, o poeta questiona a atrasada relação escravagista estabelecida entre homem e animais, por meio dos olhos e das perguntas das crianças. Veja só este filme adaptado desta crônica:

 

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